Custo, eficiência e forma como dissipam o calor da frenagem são as principais distinções
–Qual a diferença entre os freios ventilados, perfurados e sólidos? – Francisco Malta Filho, por e-mail
Frenagens geram calor. O sistema de freios transforma a energia cinética do movimento em energia térmica por meio do atrito entre as pastilhas de freio e os discos ou tambores. Em duas linhas, esse é o princípio de funcionamento do freio.
Mas há um efeito colateral. Esse calor gerado gera fadiga dos discos e pastilhas e compromete a eficiência do conjunto de freios. Quando o conjunto fica superaquecido, o motorista sente no pedal que o equipamento está diferente.
Na pista de testes, a distância de frenagem aumenta nesta condição.
Nos carros, há tipos distintos de discos e seu funcionamento difere na forma como dispersam o calor.
Por isso discos sólidos são usados em aplicações mais leves. De acordo com Marcus Vinicius Aguiar, diretor da AEA (Associação Brasileira Engenharia Automotiva), essa configuração é mais comum no eixo dianteiro dos compactos 1.0 e no eixo traseiro de carros maiores, como sedãs e SUVs médios.
O modelo ventilado, por sua vez, é formado por dois discos mais finos unidos por uma câmara interna, que tem a função de proporcionar uma passagem do ar entre eles, resfriando com mais rapidez o conjunto.
Você encontra discos ventilados nos eixos dianteiros dos compactos mais potentes. Mas também aparecem nos eixos traseiros de carros esportivos.
Mas esportivos com motores de alto desempenho e carros de luxo têm outra carta na manga a seu favor, que são os discos perfurados – que geralmente também são ventilados.
Há pequenos furos no disco com o objetivo de aumentar o atrito (e, portanto, o poder de frenagem) em situações como chuva. Estes furos também ajudam a dispersar o calor.
Nos freios perfurados mais antigos, também havia a vantagem da maior dissipação dos vapores liberados pelas pastilhas, o que hoje não ocorre mais, por causa da evolução dos materiais.
Um bom exemplo são os discos cerâmicos, feitos de um compósito de carbono e cerâmica. Eles proporcionam maior atrito com as pastilhas, a ponto de reduzir a distância de frenagem em até 25%, e dissipam o calor tão bem que praticamente não há fadiga. Por isso são usados nos carros de Fórmula 1.
Além disso, são mais leves que os convencionais. O problema é o preço: um conjunto de discos e pastilhas da Brembo pode passar dos R$ 40 mil. Por isso são oferecidos como opcionais mesmo em carros de alto desempenho.
Equipe Rede Classic Premium
Fonte: http://quatrorodas.abril.com.br/auto-servico/qual-a-diferenca-entre-os-freios-ventilados-perfurados-e-solidos/